sábado, 21 de junho de 2008

Até sempre Avózinha!


Venho hoje escrever o post que nunca pensei escrever...
Partiu para o Pai no dia 17 pelas 21h30 a minha querida e santa avózinha, minha mãe de coração, meu amor...
Saí de perto dela eram quase oito e ela partiu uma hora depois...
Foi tudo tão rápido que ainda nenhum de nós percebeu o que aconteceu..
Tiraram-me o céu e o chão no mesmo momento e superar esta perda não vai ser fácil..Amo-a de mais..Cresci com ela...
Tem sido os dias mais tristes da minha vida estes ultimos...
E, agora, vai começar o pior...Nunca conseguirei aceitar não a ter aqui quando chego da semana escolar, que ela não me acene quando passo no carro, que ela não me abrace e chore sempre que vou para longe, que ela me diga "ó filha vai com cuidado,olha que se te acontece alguma coisa a avó morre", nunca vou aceitar que já não vou ouvir a gargalhada dela, que já não vou ver o olhar dela,que já não vou tocar-lhe, abraçá-la, beijá-la...Isso eu nunca vou aceitar....
Mandei com ela a minha capa de estudante,que ela tanto gostava de ver.O que ela tanto queria era ver-me terminar o meu curso...E agora...Agora resta-me cumprir mais esta promessa que lhe fiz ao longo dos anos...Mesmo sem tanta alegria....
Em tudo me lembro dela, porque em tudo a tenho em mim...Levou com ela o meu coração....
Na nossa capela mortuária (sítio tão cruel) temos na parede um poema de um poeta da terra que mesmo não dizendo nada de especial diz muita coisa...Passei horas a olhar para ele prostrada ao lado das 4 tábuas que me levaram dentro o meu amor... É ali, naquele lugar, que tudo muda, que as nossas vidas param e ficam suspensas no ar..É ali que tudo termina...É ali que fazemos silêncio e deixamos que as lágrimas digam o que nos vai no coração...


Que descanses em paz avó do meu coração e que onde estás agora olhes por nós que te amamos...Choramos, sofremos apenas e só porque tu eras,és e sempre serás a nossa vida, a razão do nosso sorrir...Amar-te-ei até ao fim dos meus dias e sempre,mas mesmo sempre te trarei comigo tal como tenho feito até agora, dentro do meu coração.....


Amigo!
Tantas vez caminhámos
Lado a lado:
Na pressa de caminhar
Não parámos.
Nem olhámos
Um no outro, p'ra dizer:
Não vale a pena correr
Para atingir nosso fim.
Agora, por um momento,
Neste local de consenso
Falemos ambos, enfim.
No diálogo do silêncio
Quanto calámos no tempo.
(J. Ernesto da Fonseca)

1 comentário:

silvia disse...

seguramente que agora, sem a veres, vai estar muito mais perto do ti... mais perto do que é possível na vida que termina... muito mais perto porque chegou primeiro á vida que não tem fim... e por isso, está onde quiser estar e estará onde tu estiveres, se ela assim o desejar. É prerciso crer, crer de verdade.