Ao fim de quase dez meses dou me conta que....

• O gasto em telefone diminuiu drasticamente quando passei a telefonar apenas áquelas pessoas;
• O tempo passado na Internet é precioso demais para abrir os e-mails apenas reencaminhados;
• O Facebook é um bom meio de comunicação mais simples e menos exigente;
• Receber fotografias dos filhos dos meus amigos dá-me uma alegria inexplicável;
• Fico com as lágrimas nos olhos quando recebo uma carta, escrita á mão, onde me contam quase nada mas me dizem quase tudo;
• As encomendas que mais gosto de receber são aquelas em que vejo as vossas letras;
• As saudades dos meus meninos são como as ervas: tenta-se cortar mas…voltam a nascer com mais força ;
• È realmente preciso amar muito alguém para caminhar quase três horas para telefonar e depois falar apenas durante 5 minutos e debaixo de uma chuva incessante;
• Perder alguém que se ama tanto a uma distância tão grande além de nos devastar o coração faz-nos amar esse alguém ainda mais que algum dia pensámos ser possível;
• Consigo passar uma hora a contemplar uma criança a brincar;
• Redobrei a capacidade de adaptação, a pessoas, sítios e situações;
• Aprendi a amar aqueles que me são mais difíceis de lidar;
• Já pedi mais vezes desculpa nestes meses do que alguma vez em toda a vida;
• Já perdoei mais vezes nestes meses do que alguma vez pensei ter a capacidade de perdoar alguém;
• As pessoas com quem vivo são de facto uma nova família que aprendi a amar e que se me tornaram essenciais;
• Começa a ser difícil imaginar estar longe daqui, dos cheiros, do som, dos rostos, ainda que apenas por um período de férias;
• Já tenho um roteiro de sítios a que quero ir quando for de férias: McDonalds, McDonalds, McDonalds, Pizza Hut, Pizza Hut, Pizza Hut;
• O coração começa a estar ansioso pelos abraços que irá receber;
• O roteiro de visitas a fazer ora aumenta ora diminui;

Ao fim de quase dez meses, eu percebi que:

“O meu coração é de Laclubar, porque lá é um lugar para além do imaginado!”

Catarina António, Julho 2010